DESGOVERNO

 

Eleições: nada de novo no front

(*) Ipojuca Pontes –

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Conforme dito e sabido, 2014 é o ano das eleições presidenciais. Em que pese o escândalo do mensalão, ou justamente por causa dele, Lula da Silva, o pederasta confesso, agora portando bigodinho de fazer inveja ao Valete de Paus do baralho Copag, reapareceu em cena para garantir ao distinto público que o PT irá permanecer no poder, no mínimo, até 2020, ou 2024, quem sabe com ele próprio, já em idade provecta, aboletado na macia cadeira do Planalto – quebrando, assim, o recorde dos governos dos militares, que durou 21 anos, mas com quatro deles: Castello, Costa, Figueiredo e Geisel. Já no Maranhão, Sarney ultrapassou de muito…

A corriola do PT é escolada. Para se manter no suntuoso trono de Brasília seus asseclas fazem de um, tudo (como se diz nas feiras populares nordestinas). Por exemplo: no final do ano, o Palácio do Planalto, para evitar surpresas e situar melhor a candidata Rousseff, contratou a peso de ouro os serviços de alguns institutos de pesquisas para saber, em caráter sigiloso, como anda a cabeça do eleitor até as vésperas das eleições, em especial depois das manifestações que tomaram conta do país a partir de junho passado.

Diante do fato, a oposição protestou: além do dinheiro do contrato ser público, a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação impede o caráter sigiloso das pesquisas. Para a oposição, a partir de dispositivos legais, no momento mesmo em que os institutos repassam as informações aos órgãos públicos, essas informações se tornam automaticamente públicas.

Claro, como esperado o governo tirou de letra a chiadeira. E a tola oposição descobriu mais uma vez que, entre nós, em matéria de leis eleitorais, a expressão Dura Lex Sed Lex só funciona na base do Gumex!

Contudo, nos bastidores do poder, apesar do pleno funcionamento da máquina petista e do apontado favoritismo nas pesquisas, há quem garanta que a presidenta Rousseff anda intranquila. De fato, o ano é fatídico.

O economista Delfim Netto, seu ex-guru, vaticinou para 2014 o desabar de uma “tempestade perfeita”, fenômeno que incorpora, de uma só vez, a disparada do dólar, o aumento da taxa da inflação, a fuga de capitais e a redução das notas de classificação do Brasil nos mapas dos organismos financeiros internacionais. Ou seja, ausência de desenvolvimento e mais desajuste social.

(Por sua vez, não há como negar que o país se encharca na desenfreada corrupção pública e privada, na incúria administrativa e nos estratosféricos índices de violência, traduzidos, segundo o Anuário Estatístico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no elevado tráfico (e consumo) de todo tipo de droga e na formidável ocorrência de mais de 50 mil homicídios anuais, excluídos os casos de roubos, estupros, pedofilia, etc.)

Num país com uma oposição atuante, a simples menção da expressão “tempestade perfeita”, com toda carga negativa que ela carrega, já faria o governo tremer nas bases. Mas não no Brasil. Como inexiste oposição no pedaço, não há por que temer a derrota de Dilma Rousseff, preposto de Lula, nas próximas eleições presidências.

Com efeito, o que temer, por exemplo, de Aécio Neves, candidato que, flagrado em contravenção, deixa de lado o veiculo que dirige e foge às pressas, como um rato, do teste do bafômetro? Ou de um César Maia, cria de Brizola e da Cepal comunista, cujo objetivo político é privilegiar o funcionalismo público caboclo e ampliar o controle do Estado sobre a população? Ou mesmo da conflituosa dupla Marina Silva-Eduardo Campos (segundo se diz, filho de Chico Buarque), em essência seguidora dos mesmos postulados ideológicos que regem Lula, Dilma, PT e as práticas totalizantes do Foro de São Paulo? Resposta irrecorrível: mais do mesmo.

Não há, portanto, com que o governo se preocupar. Se a oposição se preparar com afinco e atuar de forma vigorosa nos próximos dez anos, talvez depois de 2024, como quer o Dr. Lula, chegue ao poder. Até lá terá de suportar as distintas “tempestades perfeitas” que na certa virão por aí.

(*) Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos.

(transcrito do ucho.info, com algumas alterações).

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Uma resposta para DESGOVERNO

  1. Custodio Fernandes disse:

    digno de ser lido, apreciado e com iseno ver se o articulista no est com a razo em vrios aspectos. bjs

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